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domingo, novembro 04, 2007

Trabalhar em casa exige disciplina


Trabalhar em casa exige disciplina

"Home office" é tendência forte entre contadores, designers e advogados, mas é preciso saber fugir das distrações

QUEILA ARIADNE

O estresse do trabalho muitas vezes começa antes de chegar ao escritório, no ônibus, no carro ou no metrô. Não sofrer desse mal é uma das principais vantagens de se trabalhar em casa. Por essa e outras razões, os "home offices" (escritórios residenciais) estão se tornando uma prática comum. Advogados, contadores, consultores e muitos outros profissionais têm transformado um cantinho do lar em local de trabalho. O segredo para surfar nessa onda sem se afogar nas distrações típicas de casa é a disciplina.

De acordo com o consultor da Topsis Consultoria Empresarial, Lauro Jorge Prado, que também trabalha em casa, aderir ao "home office" é um processo simples, que depende de computador, telefone e um espaço reservado em casa. Infra-estrutura à parte, o primeiro passo é estabelecer horários rígidos a serem cumpridos. "O ideal é delimitar o tempo de trabalho ao horário comercial. O profissional até pode atender fora desse horário, mas desde que agende com antecedência", afirma.

Mais barato e produtivo
Há cinco anos, a contadora Rosemary Bonon trocou o escritório em um edifício comercial por um quarto no seu próprio apartamento. A decisão foi acertada. Antes ela pagava aluguel da sala e da garagem, mais condomínio, além de gastos com energia e combustível para o deslocamento de casa, no bairro Serra (Centro-Sul), até o escritório, no Santa Efigênia (Leste).

"Agora não tenho essas despesas e o meu trabalho é mais produtivo, pois na minha sala comercial eu não tinha como aproveitar o tempo ocioso para outras atividades", conta Rosemary. Atualmente a contadora divide seu tempo de trabalho, que é bem delimitado, com o artesanato. "Uso um outro quarto da minha casa como um ateliê, faço artesanatos e ainda tenho uma renda complementar", afirma Rosemary. Segundo ela, nada funcionaria se a rotina não fosse rígida. "Quando estou trabalhando, fecho a porta do quarto e oriento minha empregada a só me interromper em último caso", explica Rosemary.

Ilusão
Segundo Prado, além de evitar o estresse do deslocamento e reduzir as despesas, o "home office" aumenta a qualidade de vida do profissional. É possível ter mais tempo para praticar alguma atividade física e almoçar com a família, por exemplo. No entanto, ressalta o consultor, é uma ilusão achar que tomar conta dos filhos durante o trabalho é viável. "É preciso cumprir os horários e, para tanto, a atenção não pode ser desviada. Tudo é uma questão de prioridade. Se uma mãe vai gastar muito tempo cuidando do filho, ela deve reservar um período menor para o trabalho", aconselha Prado.


Custo inicial de R$ 7.500 inclui documentação da empresa


Um espaço em casa, uma mesa, um bom computador e cabos para telefone, fax e Internet. Pronto, está montada a infra-estrutura para abrir um “home office”. Pelos cálculos do consultor da Topsis Consultoria Empresarial, Lauro Jorge Prado, os custos para montar um escritório em casa giram em torno de R$ 7.500, incluindo as despesas com a documentação de abertura da empresa. Segundo Prado, não dá para abrir mão do investimento em tecnologia, pois o “home office” só é possível por causa da Internet.

“É possível fazer reuniões de casa com pessoas em outros lugares por meio de chats e videoconferências”, explica Prado. Para baratear os custos e otimizar o trabalho, o consultor recomenda a assinatura de Internet banda larga e a instalação do Skype, programa que permite ligações “telefônicas” feitas diretamente da Internet de graça. “Quem opta por um escritório residencial também deve conversar com as companhias telefônicas para conseguir planos empresariais, que são mais baratos”, ressalta.

O profissional que trabalha em casa tem que tirar proveito das tecnologias de comunicação. As opções são muitas e o resultado é que todo o tempo economizado com trabalho poderá ser revertido para a vida pessoal. Para tirar dúvidas imediatas, o e-mail e o messenger são as soluções ideais. Com uma teleconferência, até mesmo apresentações podem ser feitas e compartilhadas entre clientes e sócios, em tempo real. “É o que chamamos de webseminários”, ressalta Prado. (QA)


Construtora põe a idéia na planta


O tempo quase nunca é suficiente para fazer tudo aquilo que está planejado. Principalmente no trabalho. O resultado é que muita gente acaba levando serviço para a casa. Essa tendência não passou desapercebida pelos olhos atentos das construtoras, que estão investindo na construção de “home offices” nos empreendimentos de alto luxo.

A Alicerce Castor, por exemplo, já incluiu um espaço para o escritório residencial na planta do edifício Top Green, no Belvedere, Centro-Sul da capital. “A sala já tem todas as entradas para Internet, telefone e computadores, e está localizada longe dos quartos e da cozinha, longe do barulho da casa”, explica o engenheiro responsável pela construção do Top Green, Rogério Labriola. Para o engenheiro Carlos Alberto Rangel Carvalho, o espaço para o “home office” foi fundamental na hora de escolher a nova casa.

Atualmente ele mora em um apartamento com quatro quartos, mas um deles está transformado em escritório. “Tenho o costume de trabalhar de madrugada, olhar meus e-mails e, quando tenho algum hóspede, tenho que mudar minha rotina”, afirma Carvalho, que comprou um imóvel no Top Green. No novo apartamento, Carvalho, que gosta de ouvir música enquanto trabalha, não precisará se preocupar em incomodar os vizinhos, pois o “home office” está numa área mais isolada. “Outra vantagem é que poderei aproveitar os quatro quartos do apartamento.” (QA)

Publicado em: 04/11/2007 Jornal O Tempo - Belo Horizonte, MG